domingo, 9 de maio de 2010

Como a neurociência está reciclando a Economia Moderna.

Está comprovado: não existem decisões puramente racionais no mercado financeiro. Ainda que vivam cercados de informação, os investidores sempre acabam agindo por impulso em determinado instante – seja na hora de comprar e vender ativos, seja na maneira de reagir às notícias de última hora. A novidade é que já há um ramo da ciência disposto a tentar desvendar os mecanismos da mente responsáveis por gerar ou guiar essas atitudes. Trata-se da neuroeconomia, um braço da neurociência que busca identificar a relação entre o cérebro dos consumidores e o vaivém da economia. “Os órgãos reguladores da Bolsa e demais mecanismos financeiros gostariam de ter informações sobre o comportamento do investidor para pará-lo antes que aconteça um desastre, por exemplo”, ilustra o professor Marcos Fernandes, do Centro de Estudos da Decisão e Neuroeconomia da Fundação Getúlio Vargas.
A disciplina, diz ele, identifica a variação do consumo de oxigênio do cérebro. Isso mostra quais áreas são ativadas em determinadas situações, o que ajuda a saber se as decisões tomadas têm maior ou menor carga emocional. De acordo com o professor Fernandes, algumas descobertas sobre o cérebro corroboram a teoria da economia moderna – que se baseia no estudo das “escolhas racionais” dos agentes econômicos. Outras, no entanto, já contestam essa linha de pensamento. “Já se sabe que as decisões nunca são meramente racionais, como previam os economistas. Na verdade, eles são mais ou menos racionais”, ressalta ele.
Entretanto, diz Fernandes, não será com o simples mapeamento das sinapses de investidores que os cientistas conseguirão prever os ciclos de alta e baixa do mercado. “Existe um elemento no cérebro que limita o estudo do próprio órgão”, confessa.

Postado por Valérika Ester de Vargas.




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