quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Boas decisões, bons resultados



   Você se julga um bom decisor? Sabe trabalhar com os elementos da decisão (problemas, alternativas, informações, incertezas, participantes do processo, ...)? Sabe balancear o uso da racionalidade com a intuição? Já refletiu com alguma profundidade sobre esse tema?
   Marcos Avó trabalhará essas e outras questões de forma a auxiliar que a tomada de decisão seja feita com objetividade e eficiência, favorecendo que bons resultados sejam obtidos. 
Acessem o link, e assistam a palestra de  Marcos Avó.




Marcos Avó. É sócio da Lunica Consultoria e especialista na definição de estratégias, revisão de modelo de negócio, decisões de investimentos e construção de cenários. Utilizando-se de recursos da Teoria da Decisão, Estratégia, Inovação, Empreendedorismo e Estudos do Futuro, tem atuado junto a clientes de diversos setores e temas, como infraestrutura, transportes, papel e celulose, agências digitais, educação e empresas de turismo. É Mestre (FGV-SP) e Bacharel (FEA/USP) em Administração de Empresas, sendo também docente de MBAs da FIA e cursos in-company.

Resignação, quem???

Por PATRICIA FONSECA

   Confesso que às vezes fico espantada com o milagre da multiplicação que algumas pessoas realizam. Quem não conhece alguém sem dinheiro, mas que faz tudo que disse que não teria dinheiro para fazer? Hoje em dia infelizmente todo mundo conhece alguém assim, isso se não é uma dessas pessoas. Só que não existe milagre nem fórmula mágica em Economia e o triste fato por detrás da brincadeira é que a única coisa que de verdade essas pessoas estão multiplicando são suas dívidas, e é claro, a dor de cabeça anunciada que vem no mesmo prazo dos cheques pré-datados.
   No entanto, porque será que algumas pessoas fazem isso? Olhando de fora parece tão simples. Dá para cozinhar sem ingredientes? Não. Dá para construir sem material? Também não. Então se não se tem dinheiro para comprar. Pronto: não compre. No entanto, resignação parece uma palavra tão desconhecida da geração contemporânea quanto foi a palavra tecnologia há dois séculos atrás.
Porque abrir mão? Porque me negar um prazer? Antigamente se não tinha dinheiro no bolso, não tem choro nem vela, não vai levar para casa. Já hoje, com a diaba madrinha do crédito rondando por aí, as coisas mudaram. Não é preciso esperar, tudo pode ser agora, e assim o espectro do presente se expande na vida da pessoa.
   O problema é que como tudo na vida o crédito também tem seu lado positivo e negativo, ficando difícil distinguir quando a dose de vacina já virou veneno. A Economia Comportamental ensina que as pessoas sofrem de falta de auto-controle, ou seja, querem poupar e acabam comprando coisas que não precisavam, querem emagrecer mas não conseguem dizer não a um doce, e assim por diante. Se os indivíduos já têm dificuldade de se controlar naturalmente, imagine o que acontece quando ganham um passe livre para a Terra do prazer imediato, vulgo cartão de crédito?
   É nesse momento que a escolha vai passando de ser “dizer não à poupança” (gastar todo meu dinheiro) para “dizer sim a enfiar o pé na jaca” (gastar um dinheiro que nem meu é). O duro é que essa conta amarga um dia chega e cobra seus juros.
   Aristóteles já falou do meio termo de ouro, Confúcio do caminho do meio. Para nós pobres mortais o mais próximo de equilíbrio que conseguimos chegar é o meio-tempo do cartão de crédito. Quem sabe andando com o cartão de crédito dia sim dia não na carteira isso ajude em alguma coisa nosso desmotivado e assediado auto-controle.

Fonte: http://www.economiacomportamental.com/

domingo, 19 de setembro de 2010

Mais de 75% das famílias têm dificuldades de chegar ao final do mês com dinheiro


Mais de 75% das famílias brasileiras têm dificuldade de chegar até o final do mês com dinheiro no bolso, revelaram os indicadores sociais divulgados nesta sexta-feira (17) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
De acordo com os dados, 17,9% das famílias sentiam muita dificuldade, enquanto 21,4% enfrentavam dificuldades e 35,9% se deparavam todo mês com alguma dificuldade.
No conjunto de famílias que alegaram ter muita dificuldade, 61,2% viviam com até três salários mínimos de renda mensal, “o que demonstra, de fato, que aquelas com menores níveis de renda são as que mais alegaram ou que tiveram maior percepção das dificuldades em chegar ao fim do mês com tal patamar de renda”, segundo diz o estudo.
Entre aquelas famílias que sentem facilidade em chegar ao fim do mês com dinheiro no bolso, 1% disse que ela é muita, enquanto 9,5% responderam apenas sentir facilidade e 14,3%, alguma.
Filhos x região
Das famílias com crianças até 14 anos de idade, 20,7% responderam que têm muita dificuldade em chegar ao final do mês com o rendimento familiar monetário, sendo que no Maranhão a situação é pior, já que 33,6% das famílias deram a mesma resposta, conforme a tabela abaixo:
Famílias com crianças até 14 anos que têm muita
dificuldade para chegar ao fim do mês com dinheiro
Unidade federativa
Respostas
Maranhão
33,6%
Alagoas
32,9%
Bahia
31,8%
Sergipe
28%
Pernambuco
27,9%
Paraíba
27,1%
Rio Grande do Norte
27%
Roraima
26,8%
Piauí
26,2%
Tocantins
26%
Pará
25,8%
Acre
24,5%
Ceará
23,5%
Rio de Janeiro
22,2%
Goiás
19,7%
Amazonas
19,6%
Minas Gerais
18,5%
Espírito Santo
18%
Distrito Federal
17%
Amapá
16,3%
Rio Grande do Sul
15,8%
São Paulo
15,7%
Rondônia
15,7%
Mato Grosso do Sul
15,6%
Mato Grosso
14%
Paraná
10,7%
Santa Catarina
9,7%
Fonte: IBGE, POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009

Fonte: http://economia.uol.com.br

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O comportamento do cérebro numa liquidação.

Na hora de decidir, nem sempre a razão prevalece.

Como o cérebro se comporta em uma liquidação? Mal, muito mal. É ele que nos faz perder o controle diante de ofertas imperdíveis, de produtos que, às vezes, nem queríamos tanto. “Vi um vestido por R$ 29,90. A gente vai comprando tudo e depois não usa”, conta uma consumidora.

“É tentador, comprei tudo nas liquidações”, confessa mais um consumidor.

Nessas horas, bem que gostaríamos de ser mais racionais e pensar que, se compramos mais um sapato, um tênis ou uma blusa é mesmo uma necessidade.

“Quando está muito barato, a gente acaba comprando”, conclui outro consumidor.

Mas a neurociência hoje sabe que a racionalidade é apenas um fator pequeno na hora de tomar decisões. O que decidimos fazer, inclusive comprar e não comprar, depende de uma competição entre dois circuitos do cérebro ao mesmo tempo, como os pratos de uma balança.

O prato positivo é o sistema de recompensa, que representa quanto prazer teremos com o objeto que pensamos comprar. Quanto mais desejamos uma coisa, mais intensa é a ativação desse sistema e mais forte é a nossa motivação para a compra.

O prato negativo é uma região do córtex da ínsula, que representa dor, desgosto ou outras emoções negativas. No caso, a dor de ficar sem aquele valor em dinheiro, de gastar.

A atividade da ínsula representa o custo da decisão. Quanto maior é a ativação, maior é a dor da compra. A ínsula é o freio que mantém a carteira fechada.

O que decidimos fazer depende de qual dos dois circuitos fala mais alto. Depende também da região medial córtex pré-frontal, que avisa quando o custo real é menor do que você imaginava. Ou seja, quando se trata de uma oportunidade imperdível.

Por tudo isso, o cérebro humano é um prato feito para a liquidação da sua loja favorita. O sistema de recompensa diz: “Gosto disso”. O córtex medial pré-frontal diz: “Puxa, e custa menos do que eu costumava pagar”. E outra região, que tenta evitar arrependimentos, diz: “Compra, compra”. E, se a ínsula não se opuser... O cérebro torce tanto por uma compra na liquidação que pode cair em armadilhas. Por exemplo, em anúncios de preços parcelados, faz o custo que a ínsula avalia parecer menor.

“Dói menos. Parece que vai pagar depois”, explica uma consumidora.

Cartões de crédito, então, são outro problema. Porque se o dinheiro continua na carteira, a ínsula entende que a compra não dói agora e a ideia de aproveitar a oportunidade fala mais alto.

Eis então uma dica da neurociência para o consumidor que quer ajudar seu cérebro a se controlar na hora de ir às compras. Deixe o cartão de crédito em casa e leve apenas dinheiro, para pagar à vista.
 
Assim, você não descobre, mais tarde, o custo enorme de todas aquelas parcelas juntas
.
Fonte: http://fantastico.globo.com