domingo, 14 de novembro de 2010

O mito da propaganda.


Janaina Marques





Desde o princípio a propaganda foi interpretada como um advento de lavagem cerebral e até hoje é assim: “estão manipulando o povo”, “estão enfiando o produto goela abaixo”. Sim, algumas empresas fizeram isso,  acredito que mais pelo fato de não terem concorrência forte na época que começaram do que pela propaganda de fato, pois analisando as propagandas do passado vemos que não há nada de manipulador nelas.
O uso da mensagem subliminar, da conotação sexual, foi o grande boom no mundo da publicidade e as pessoas sempre se deixaram levar por elas , não foram elas quem entraram na cabeça dos consumidores como uma furadeira abrindo espaço para uma “bucha” na parede.  Não é possível obrigar alguém a comprar algo, essa influência da propaganda não parte dela para o consumidor e sim da vulnerabilidade do consumidor, a direção da influência é contrária ao que se pensa.
Uma pessoa que tem acesso a informações e tem capacidade de interpretá-las dificilmente vai ser influenciada por uma propaganda ao ponto de virar uma lavagem cerebral, a influência todos nós sofremos, mas não com esse caráter maléfico que pregam por aí.
A discussão da propaganda como lavagem cerebral tem se estendido mais ainda com o surgimento do Neuromarketing, da Neuroeconomia e da Psicologia do Consumidor, acredita-se que estes sim serão mecanismos que realmente vão entrar em nossas cabeças e nos direcionar para as prateleiras como um exército de zumbis.  Diz-se que a proposta de estudo nas três áreas é de nos manipular de forma que sejamos vítimas de nós mesmos no quesito consumo. Porém, não é bem assim.
A proposta do Neuromarketing , da Neuroeconomia e da Psicologia do Consumidor é, de forma geral, procurar entender as preferências dos consumidores para que estes possam maximizar o seu bem-estar na hora da compra, é de entender a mente do indivíduo de modo que crie-se produtos que realmente vão satisfazer as necessidades e os gostos dos consumidores evitando a introdução de diversos produtos no mercado que não fazem sucesso algum, trazendo prejuízo para as empresas (como acontecesse com uma frequência assustadora) e ocupando espaço de um produto similar que poderia realmente satisfazer as necessidades do consumidor se tivesse sido elaborado com mais cautela,  estudando profundamente as preferências dos consumidores.
Ninguém faz nada obrigado sem ser com uma arma na cabeça ou por chantagem, e não vimos nenhuma propaganda fazendo isso, não é?

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Um salão cada vez mais verde e chinês

Valerika Ester de Vargas

Em um ano que se comemora 50 anos do Salão do Automóvel de São Paulo, os Brasileiros têm um motivo a mais a comemorar, pois após muitas vezes de exibições de carros híbridos em outras mostras, somente agora após este ano que começará a ser comercializado este famoso carro no Brasil.
A vantagem dos  carros híbridos que em nosso território é considerado como uma imensa novidade é o fato de se ter juntamente uma economia de combustível, quanto uma menor  emissão de poluentes ao meio ambiente.
            ‘São veículos que usam além de um motor a combustão, um outro elétrico,           movido a bateria de íons de lítio, além de poluírem menos são mais econômicos                         [...] A redução no consumo de combustível é de 20% e as emissões de CO2 são          reduzidas em 21%, em relação a um movido puramente a gasolina.(ISTO,É;             REVISTA, PAG 93)
A Novidade que as concessionárias receberão é o Ford Fusion Hybrid, que utiliza motor exclusivamente elétrico, sendo o motor a combustão, utilizado apenas quando o motorista quiser mais velocidade ou quando for preciso recarga da bateria.
Os preços ainda são muito altos, pois se trata de uma tecnologia cara e que ainda esta em desenvolvimento, passiva de mudança, porém esses preços tendem a cair a partir do momento em que essa tecnologia se tornar mais barata e eficiente.
Como o tema “sustentabilidade” e “ecologicamente coreto” estão em pauta no mundo todo, as montadoras de veículos levaram esta característica ecológica também para dentro de seus veículos.
            “ Todas as montadoras dos EUA, Europa e Japão investem atualmente em           produtos com apelo ecológico. No Salão, gigantes como Honda, Porsche,          Mitsubishi e mesmo a emergente chinesa JAC também trazem seus modelos movidos a bateria e combustão.” (ISTO,É; REVISTA; PÁG 93)
A Mitsubishi já foi um pouco mais longe, ela trouxe o carro i-MiEV, o primeiro carro totalmente elétrico e produzido em série, este carro já está sendo comercializados no Japão, Inglaterra, Alemanha, Canadá e na Áustria. A empresa prevê uma produção de 15 Mil unidades em 2011, e que em 2013 seja comercializado o veiculo no mundo inteiro. Vendedores dão as características do veiculo, como podendo chegar a 130 km por hora, e como feitos essencialmente para circular na cidade.
Um aspecto que vale destaque é a onda de veículos de marca chinesa na mostra, o país traz no total 30 lançamentos, veículos que vão de picapes médias á sedãs de luxo e carros compactos, e com expectativa de preços mais baixos.
A chegada rápida, agressiva e até mesmo assustadora das montadoras chinesas no evento, mostra com clareza o avanço da indústria de automóvel  daquele país.
            “ Vinte anos atrás, os veículos produzidos por lá não passavam de 5,5 Milhões                por ano. Apenas em 2010, 16 milhões de automóveis chegaram as                                  concessionárias. E a Chery anunciou ainda investimentos de R$400 milhões para           construir uma fábrica no interior de São Paulo. A Great Wall, apesar de não                  participar desta edição do salão, também planeja instalar uma linha de produção no país.” (ISTO É; RAVISTA; PÁG 95)
Isto deixa cada vez mais claro o poder do mercado consumidor brasileiro, tornando-se uma ferramenta importante na tomada de decisão das empresas ao se instalarem no país.

domingo, 24 de outubro de 2010

Insaciável?

Janaina Marques 

Por que você trabalha? Por que você tem uma poupança? Por que você aplica o seu dinheiro num fundo de investimentos? Por que você estuda? Por que você acorda aos sábados de manhã para fazer aquela especialização? Por que você gasta uma bela quantia aprendendo outras línguas?
Todos esses são os mecanismos para “crescer na vida”, os indivíduos optam por esses vários caminhos, porém com um só objetivo: aumentar a renda. Se você já tivesse a renda que almeja, acordaria num sábado de manhã para fazer uma especialização ou para ir à praia beber com os amigos?
Agora imagine se toda a população fosse muito rica, todos tivessem a renda que sempre almejaram, será que a economia seria tão dinâmica? Será que os fundos de investimento, cadernetas de poupança estariam a todo vapor?
Nós sempre escutamos que “quanto mais se tem, mais se quer”, será que essa afirmativa é tão infinita assim como parece ser? Será que a vontade de ter dinheiro, a vontade de comprar coisas é sem limites?
Se você fosse um bilionário, só por isso compraria carros infinitamente? Sempre teria vontade consumir cada vez mais e mais? Não, isso com certeza perderia a graça pra você. Com certeza estaria satisfeito por ter um modelo de cada carro que sempre sonhou, a sua saciedade em consumir exageradamente chegaria a um ponto máximo, aquele momento em que você já realizou todos os seus “sonhos de consumo”.
Analisando o contexto exposto, pode-se afirmar que o que faz a locomotiva chamada “economia” a pedir mais lenha pra correr mais sobre os trilhos é o fato de esmagadora maioria dos indivíduos não ter a renda que almejam, por isso trabalham, inventam, se especializam e sentem desejo de consumir, um desejo que parece ser infinito, pois na realidade a possibilidade de ser rico ao ponto de satisfazer todos os desejos é impossível.
O sentimento de ter sempre algo ainda pra conquistar faz com que continuamos na corrida, o gato só para de correr quando consegue abocanhar o rato. Pouquíssimas pessoas na vida conseguem encontrar o rato, e pela maioria continuar correndo que faz o mundo e a economia, por conseguinte, não pararem.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Mercado colorido.



A primeira regra da moda é a combinação entre camiseta, calça, tênis e acessórios. Será mesmo? As roupas, óculos e relógios coloridos, cada um em um tom diferente, foram aparecendo timidamente e agora já estão fazendo a cabeça dos jovens em Londrina. São tons fortes e vibrantes, que fazem com que o visual fique mais alegre e personalizado. 



Assim como no passado, a música continua a interferir no modo de vestir dos jovens. Antigamente, usar preto simbolizava estar em sintonia com o rock. Hoje, a influência vem das novas bandas de hardocore melódico ou happy rock como Cine, Restart e Hori. 

É possível identificar andando pelas ruas, por exemplo, o tipo de música que a pessoa gosta a partir do modo como se veste. A estudante Thais Amanda, de 14 anos, admite que passou a usar peças coloridas por influência de uma banda. ''Uso essas roupas porque me identifico com o grupo Restart e nos vestimos assim para demonstrar felicidade, ao contrário da moda 'emo' anterior''. Ela compra em lojas como a Basic, Antivírus e explica que é possível encontrar esses itens em vários lugares. ''Todo mundo está usando e tenho muitos acessórios como óculos,relógios''. 

Henrique Zanoni, de 13 anos, também comprou sua calça colorida. ''Comecei a usar essas roupas há cinco meses e quando vou com meus amigos no shopping, combinamos para cada um ir com uma cor.'' Ele afirma que no início, vestia as roupas por influência das bandas ''coloridas'' e dos amigos. ''Eu gostava bastante do som do Restart, mas já não escuto mais. Acho interessante esse novo estilo e penso que essa moda vai durar mais alguns anos''. 

A gerente da loja Basic, Élida Campos, afirma que as peças começaram a ser comercializadas no início do inverno e são muito procuradas. ''Vendemos muito para crianças de 7 a 16 anos. Tem pessoas mais velhas que compram também, mas os maiores compradores são os adolescentes''. Azul, vermelho, laranja são algumas das opções de calça, que custam R$ 118. Já as jaquetas nos mesmos tons, custam R$ 128. 

Em lojas de departamentos como Renner e Riachuelo, camisetas coloridas com estampas custam a partir de R$ 17 e calças verde limão e rosa choque podem ser adquiridas por R$ 59. 

O ideal é que as roupas demonstrem o estado de espírito e não há mais perigo de errar no look, já que dentro de um estilo próprio, o adolescente pode até mesmo usar um sapato de cada cor. Fábio Montenegro, subgerente da loja Authentic Feet, enfatiza que sempre recebe mercadorias em tons vibrantes. ''São tênis nos modelos delta, dunk, com cano alto e até com cano curto. Está vendendo bastante do ano passado pra cá, principalmente para a molecada de 12 a 20 anos''. 

Chamar a atenção é inevitável e, na verdade, esse é um dos atrativos do estilo. Bianca Gabriela tem 14 anos e desde o começo do ano opta por peças em tons fortes. ''É alegre, diferente. Começamos a usar roupas coloridas porque está na moda, mas agora eu uso porque me identifico e chama a atenção. E todos nossos amigos usam, a escola fica toda colorida''. Ela complementa que a moda é denominada ''emo color'', e, em oposição ao monocromático estilo ''emo'', esse visual ''é só alegria''. 

Marca investe no novo estilo 

Seguindo a moda dos tons alegres, a marca de óculos Ray Ban investiu na variedade de cores de um de seus modelos, o Wayfarer, que já existe desde 1952. O modelo, com lentes quadradas e pontinhas puxadas para cima, pode ter uma única cor, ser bicolor ou até estampado, e já virou febre entre os adolescentes. 

As novas cores que prometem ser mania no próximo verão são roxo, rosa, verde oliva, cinza, laranja e o preto. O acessório, com uso recomendado para o ano inteiro, protege os olhos contra os raios solares, principalmente contra os ultravioletas. 

Por isso, aqueles que buscam por itens ''genéricos'' e mais baratos em lojas e camelôs, devem estar atentos aos riscos da exposição dos olhos ao sol, que pode resultar até em cegueira. O valor do Wayfarer original, com proteção, gira em torno de R$ 600 a R$ 900.

Maria Luisa Hoffmann - Especial para Folha

domingo, 17 de outubro de 2010

O sexo satisfaz?

O frenesi da propaganda atrelada à conotação sexual sempre existiu entre nós. Mensagens subliminares de sexo, mulheres seminuas com seios anormalmente grandes e barrigas perfeitas, homens sedutores com corpos devidamente esculturais e olhares penetrantes.
Isso sempre chamou a atenção de todos nós, é nos depararmos com outdoors, vitrines dessa espécie e nossas cabeças já ficam em direção contrária ao movimento do nosso corpo, por isso o mundo da publicidade sempre encarou o sexo como algo que realmente chamassem atenção para as marcas. Mas será que isso é verdade?
Quando vemos uma publicidade com sexualidade explícita prestamos atenção no quesito sexual ou na marca? Você, homem, na propaganda de cerveja repleta de mulheres seminuas, você presta atenção na cerveja ou nas mulheres? Aquela propaganda de cerveja que um anão aparece acompanhado de uma linda mulher com traços nipônicos, você se lembra da marca da cerveja ou apenas da exuberante moça?
Não é necessário dar as respostas, isso mostra que nem sempre a propaganda com caráter sexual é eficiente, ela chama atenção, mas não para o que interessa: a marca.
Só sabemos isso hoje graças aos estudos do neuromarketing, ele provou em suas pesquisas que o sexo aguça nossos instintos, mas não nos faz lembrar da marca a qual ele carrega em sua imagem. 

Janaina Marques

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Dinheiro traz felicidade?

Objeto de estudo dos economistas comportamentais, tal questão sempre foi levantada pela humanidade. Neste sentido, dois pesquisadores precificaram a felicidade em 75 000 dólares por ano. Segundo os autores da pesquisa, o efeito positivo do dinheiro no bem estar não é ilimitado. Acima deste valor, o aumento da renda não contribui mais de forma significativa para a elevação do nível de felicidade. Na realidade, a riqueza aumenta a felicidade ao transpor as pessoas da pobreza para a classe média. Além disso, para ganhar mais, as pessoas se submetem a situações estressantes e dedicam menos tempo às atividades que lhes dão prazer. Esta análise corrobora outro estudo que aponta que uma vida mais sociável produz uma sensação de bem estar superior a obtida por um aumento salarial.
Em uma abordagem alternativa para este mesmo tema, psicólogos, neurocientistas e economistas relatam que a priori o dinheiro traz felicidade sim. Porém, nós não identificamos bem quais são os gastos que realmente conduzem ao contentamento que esperamos. Na realidade, gastos exorbitantes não  resultam em felicidade no logo prazo.Então, investir  seu dinheiro em uma refeição especial, uma viagem ou um curso de idiomas seria  mais eficiente do que gastá-lo na compra de um sapato, por exemplo.  Ou seja, devemos optar por experiências, pequenos prazeres e atividades que nos ajudam a estabelecer relações sociais  ao Ives de adquirir objetos. Reforçando tal afirmativa, estudos mostram que ações ligadas a entretenimento, esportes e artes, aumentam a interação social e catalisam o sentimento de felicidade.
Por fim, recomenda-se dividir sua bolada de dinheiro mensal em diversas experiências cotidianas que levem a felicidade, e não apostar todos os recursos em uma so atividade.


domingo, 3 de outubro de 2010

Eleições: e se as pesquisas estiverem equivocadas?

Por Janaina Marques

Por que você vai a uma festa? Por que você deixa de consumir aquele sabão em pó? Por que você correu no banco sacar todo o seu dinheiro?
Muitas das decisões que tomamos todos os dias compactuam com as ideias de outras pessoas. Nem tudo o que fazemos foi decidido individualmente, sem influência externa, se você vai a uma festa naturalmente é porque outras pessoas disseram que iam também e uma terceira falou que a festa vai “bombar” muito, você não iria a essa festa se estivesse só você lá. Com certeza você deixou de comprar aquele sabão em pó porque duas ou três vizinhas disseram que ele estava amarelando suas roupas brancas, sendo que na verdade elas quem não estavam colocando cândida pra deixar a roupa branca como leite. Algumas pessoas te disseram que o banco o qual você tem todo o seu dinheiro anda mal das pernas, você com medo de ele quebrar corre sacar seu dinheiro.
Você imaginou se não só você, mas muitas outras pessoas tivessem o mesmo comportamento em relação às situações expostas? A festa lotaria, o sabão em pó “x” sairia do mercado, o banco “y” realmente quebraria com tamanha quantidade de saques.
Agora, tratando-se do tema desse texto: e se as pesquisas montaram esse cenário de “pódio” de votos dos candidatos? Talvez na realidade a Dilma poderia não estar em primeiro lugar, mas nas pesquisas ela está, aproveitando a ignorância política de expressiva parte da população, esses iriam correndo votar em quem está ganhando, não é? O termo ignorância política nesse caso fica meio vago, seria imaturidade política.
Perceba uma criança, ela gosta de perder? Não! Quando perde se sente altamente frustrada e por ser criança, imatura, não sabe lidar com essa frustração.
Então, analisando nessa ótica, será que por as pesquisas mostrarem a ordem dos candidatos não influenciou para que algumas pessoas votassem em quem está em primeiro? Eu acredito que sim pelo simples fato de que me perguntaram por que votaria no meu candidato sendo que ele está perdendo.
Com a imaturidade política do brasileiro, as pesquisas influenciam muito em sua decisão, o medo de sentir a frustração por não ter ganhado seria tão marcante e difícil de lidar que é melhor votar em quem “está” ganhando para contar vantagem depois, é disso que o brasileiro gosta né?
Daí vem outra questão que caminha junto com a imaturidade, a miopia temporal. E lá na frente, quando esse político começar a “pisar na bola”, não sentirá frustração? Não, fará de conta que nem votou no sujeito, fará vistas grossas e tudo bem.
As eleições no Brasil se dão pelo efeito manada, pelo “maria vai com as outras”. A instrução é que cada um utilize de suas crenças e faça uma prece para que quem for eleito não pise na bola, mesmo que isso lá na frente não for fazer diferença pra você.







sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Logomarcas estão com tudo?

Por Janaina Marques

Você já percebeu com quantas propagandas televisivas, outdoors se depara todos os dias? Andamos pelas ruas e vemos várias fachadas, umas querendo chamar mais a nossa atenção que as outras.
Será que essas propagandas, esses outdoors, essas fachadas com suas logomarcas realmente funcionam? Você lembra de se deparar com várias delas todos os dias, mas você consegue se lembrar de alguma especificamente? Quanto a mim, não.
É muito difícil para quem cria a propaganda, os outdoors, as logomarcas, prever o comportamento de quem consome, às vezes cria-se uma expectativa de reação a determinado “apelo” e vai tudo por água a baixo.
Afirma Martin Lindstrom em sua obra “A Lógica do Consumo”, que a ideia que as empresas sempre tiveram que a logomarca é tudo, na verdade, ela é quase nada. Martin Lindstrom fez “enes” experimentos quanto a reação das pessoas a propagandas, ele percebeu que na verdade o que faz com que as pessoas realmente se lembrem dos produtos não são suas logomarcas e sim à imagem, situação, ritual, superstição aos quais a marca do produto está relacionada. Martin Lindstrom exemplifica com as marcas Marlboro, Corona, Oreo, Kit Kat.
A marca de cigarros Marlboro, desde o principio, atrelou sua marca à imagens de cowboys, de faroeste, de poder e também à cor vermelha, hoje com a proibição da propaganda nos lembramos facilmente do Marlboro quando temos essas três imagens reunidas.
Quanto à cerveja Corona criou-se um ritual ao seu consumo. Algum barman em alguma noite resolveu colocar uma fatia de limão no gargalo da cerveja Corona, as pessoas experimentaram e gostaram e isso tornou-se viral, o ritual se enraigou tanto à marca que fez com que o consumo dessa cerveja crescesse muito ao ponto de superar o consumo de Heineken nos Estados Unidos.
Os biscoitos Oreo também têm um ritual atrelado a sua marca, nos Estados Unidos é quase impossível ver alguém comendo Oreo sem afogá-la em um copo de leite frio. Isso faz com que as pessoas criem relação da marca a um ritual, os consumidores quando veem uma bolacha sendo afundada em um copo de leite com certeza lembram da Oreo.
A história do chocolate Kit Kat da Nestlé é mais interessante ainda, fez um grande sucesso no Oriente, o nome é parecido com “Kitto-Katsu” que significa “ganhar na certa”, assim relata no livro de Martin Lindstrom que antes das provas os alunos comiam um Kit Kat para dar sorte e tirar uma boa nota. Essa superstição fez com que o sucesso de Kit Kat no extremo oriente fosse certeiro.
Com todos esses relatos no livro de Lindstrom mostra-nos que está passando da hora das marcas inovarem a sua publicidade, com certeza rituais e superstições são muito mais presentes em nossas vidas do que meras imagens de logomarcas modernas e chamativas.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Boas decisões, bons resultados



   Você se julga um bom decisor? Sabe trabalhar com os elementos da decisão (problemas, alternativas, informações, incertezas, participantes do processo, ...)? Sabe balancear o uso da racionalidade com a intuição? Já refletiu com alguma profundidade sobre esse tema?
   Marcos Avó trabalhará essas e outras questões de forma a auxiliar que a tomada de decisão seja feita com objetividade e eficiência, favorecendo que bons resultados sejam obtidos. 
Acessem o link, e assistam a palestra de  Marcos Avó.




Marcos Avó. É sócio da Lunica Consultoria e especialista na definição de estratégias, revisão de modelo de negócio, decisões de investimentos e construção de cenários. Utilizando-se de recursos da Teoria da Decisão, Estratégia, Inovação, Empreendedorismo e Estudos do Futuro, tem atuado junto a clientes de diversos setores e temas, como infraestrutura, transportes, papel e celulose, agências digitais, educação e empresas de turismo. É Mestre (FGV-SP) e Bacharel (FEA/USP) em Administração de Empresas, sendo também docente de MBAs da FIA e cursos in-company.

Resignação, quem???

Por PATRICIA FONSECA

   Confesso que às vezes fico espantada com o milagre da multiplicação que algumas pessoas realizam. Quem não conhece alguém sem dinheiro, mas que faz tudo que disse que não teria dinheiro para fazer? Hoje em dia infelizmente todo mundo conhece alguém assim, isso se não é uma dessas pessoas. Só que não existe milagre nem fórmula mágica em Economia e o triste fato por detrás da brincadeira é que a única coisa que de verdade essas pessoas estão multiplicando são suas dívidas, e é claro, a dor de cabeça anunciada que vem no mesmo prazo dos cheques pré-datados.
   No entanto, porque será que algumas pessoas fazem isso? Olhando de fora parece tão simples. Dá para cozinhar sem ingredientes? Não. Dá para construir sem material? Também não. Então se não se tem dinheiro para comprar. Pronto: não compre. No entanto, resignação parece uma palavra tão desconhecida da geração contemporânea quanto foi a palavra tecnologia há dois séculos atrás.
Porque abrir mão? Porque me negar um prazer? Antigamente se não tinha dinheiro no bolso, não tem choro nem vela, não vai levar para casa. Já hoje, com a diaba madrinha do crédito rondando por aí, as coisas mudaram. Não é preciso esperar, tudo pode ser agora, e assim o espectro do presente se expande na vida da pessoa.
   O problema é que como tudo na vida o crédito também tem seu lado positivo e negativo, ficando difícil distinguir quando a dose de vacina já virou veneno. A Economia Comportamental ensina que as pessoas sofrem de falta de auto-controle, ou seja, querem poupar e acabam comprando coisas que não precisavam, querem emagrecer mas não conseguem dizer não a um doce, e assim por diante. Se os indivíduos já têm dificuldade de se controlar naturalmente, imagine o que acontece quando ganham um passe livre para a Terra do prazer imediato, vulgo cartão de crédito?
   É nesse momento que a escolha vai passando de ser “dizer não à poupança” (gastar todo meu dinheiro) para “dizer sim a enfiar o pé na jaca” (gastar um dinheiro que nem meu é). O duro é que essa conta amarga um dia chega e cobra seus juros.
   Aristóteles já falou do meio termo de ouro, Confúcio do caminho do meio. Para nós pobres mortais o mais próximo de equilíbrio que conseguimos chegar é o meio-tempo do cartão de crédito. Quem sabe andando com o cartão de crédito dia sim dia não na carteira isso ajude em alguma coisa nosso desmotivado e assediado auto-controle.

Fonte: http://www.economiacomportamental.com/

domingo, 19 de setembro de 2010

Mais de 75% das famílias têm dificuldades de chegar ao final do mês com dinheiro


Mais de 75% das famílias brasileiras têm dificuldade de chegar até o final do mês com dinheiro no bolso, revelaram os indicadores sociais divulgados nesta sexta-feira (17) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
De acordo com os dados, 17,9% das famílias sentiam muita dificuldade, enquanto 21,4% enfrentavam dificuldades e 35,9% se deparavam todo mês com alguma dificuldade.
No conjunto de famílias que alegaram ter muita dificuldade, 61,2% viviam com até três salários mínimos de renda mensal, “o que demonstra, de fato, que aquelas com menores níveis de renda são as que mais alegaram ou que tiveram maior percepção das dificuldades em chegar ao fim do mês com tal patamar de renda”, segundo diz o estudo.
Entre aquelas famílias que sentem facilidade em chegar ao fim do mês com dinheiro no bolso, 1% disse que ela é muita, enquanto 9,5% responderam apenas sentir facilidade e 14,3%, alguma.
Filhos x região
Das famílias com crianças até 14 anos de idade, 20,7% responderam que têm muita dificuldade em chegar ao final do mês com o rendimento familiar monetário, sendo que no Maranhão a situação é pior, já que 33,6% das famílias deram a mesma resposta, conforme a tabela abaixo:
Famílias com crianças até 14 anos que têm muita
dificuldade para chegar ao fim do mês com dinheiro
Unidade federativa
Respostas
Maranhão
33,6%
Alagoas
32,9%
Bahia
31,8%
Sergipe
28%
Pernambuco
27,9%
Paraíba
27,1%
Rio Grande do Norte
27%
Roraima
26,8%
Piauí
26,2%
Tocantins
26%
Pará
25,8%
Acre
24,5%
Ceará
23,5%
Rio de Janeiro
22,2%
Goiás
19,7%
Amazonas
19,6%
Minas Gerais
18,5%
Espírito Santo
18%
Distrito Federal
17%
Amapá
16,3%
Rio Grande do Sul
15,8%
São Paulo
15,7%
Rondônia
15,7%
Mato Grosso do Sul
15,6%
Mato Grosso
14%
Paraná
10,7%
Santa Catarina
9,7%
Fonte: IBGE, POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009

Fonte: http://economia.uol.com.br

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O comportamento do cérebro numa liquidação.

Na hora de decidir, nem sempre a razão prevalece.

Como o cérebro se comporta em uma liquidação? Mal, muito mal. É ele que nos faz perder o controle diante de ofertas imperdíveis, de produtos que, às vezes, nem queríamos tanto. “Vi um vestido por R$ 29,90. A gente vai comprando tudo e depois não usa”, conta uma consumidora.

“É tentador, comprei tudo nas liquidações”, confessa mais um consumidor.

Nessas horas, bem que gostaríamos de ser mais racionais e pensar que, se compramos mais um sapato, um tênis ou uma blusa é mesmo uma necessidade.

“Quando está muito barato, a gente acaba comprando”, conclui outro consumidor.

Mas a neurociência hoje sabe que a racionalidade é apenas um fator pequeno na hora de tomar decisões. O que decidimos fazer, inclusive comprar e não comprar, depende de uma competição entre dois circuitos do cérebro ao mesmo tempo, como os pratos de uma balança.

O prato positivo é o sistema de recompensa, que representa quanto prazer teremos com o objeto que pensamos comprar. Quanto mais desejamos uma coisa, mais intensa é a ativação desse sistema e mais forte é a nossa motivação para a compra.

O prato negativo é uma região do córtex da ínsula, que representa dor, desgosto ou outras emoções negativas. No caso, a dor de ficar sem aquele valor em dinheiro, de gastar.

A atividade da ínsula representa o custo da decisão. Quanto maior é a ativação, maior é a dor da compra. A ínsula é o freio que mantém a carteira fechada.

O que decidimos fazer depende de qual dos dois circuitos fala mais alto. Depende também da região medial córtex pré-frontal, que avisa quando o custo real é menor do que você imaginava. Ou seja, quando se trata de uma oportunidade imperdível.

Por tudo isso, o cérebro humano é um prato feito para a liquidação da sua loja favorita. O sistema de recompensa diz: “Gosto disso”. O córtex medial pré-frontal diz: “Puxa, e custa menos do que eu costumava pagar”. E outra região, que tenta evitar arrependimentos, diz: “Compra, compra”. E, se a ínsula não se opuser... O cérebro torce tanto por uma compra na liquidação que pode cair em armadilhas. Por exemplo, em anúncios de preços parcelados, faz o custo que a ínsula avalia parecer menor.

“Dói menos. Parece que vai pagar depois”, explica uma consumidora.

Cartões de crédito, então, são outro problema. Porque se o dinheiro continua na carteira, a ínsula entende que a compra não dói agora e a ideia de aproveitar a oportunidade fala mais alto.

Eis então uma dica da neurociência para o consumidor que quer ajudar seu cérebro a se controlar na hora de ir às compras. Deixe o cartão de crédito em casa e leve apenas dinheiro, para pagar à vista.
 
Assim, você não descobre, mais tarde, o custo enorme de todas aquelas parcelas juntas
.
Fonte: http://fantastico.globo.com

domingo, 29 de agosto de 2010

Comprar é simples? Nem tanto.

Janaina Marques 

No dia-a-dia consumir nos parece uma atividade muito simples: entramos na loja, escolhemos o que queremos, pagamos e levamos para casa. Sim, o ato é muito simples, mas os fatores que o coordena, que o define, que mostra os “porquês” de comprarmos o produto x e não o y, sendo que os dois são a mesma coisa, só muda a marca, a embalagem são bem mais complexos do que enfiar a mão na carteira, deixar o dinheiro sobre o balcão, pegar a sacola e partir para casa.
Tratando-se das externalidades que influenciam o comportamento de compra dos clientes consumidores pode-se citar os fatores biológicos, sociais e econômicos: a ótica biológica do processo de tomada de decisões numa situação de compra; as tendências de compra que estão presentes naquele momento naquele espaço em que o consumidor vive; a renda. Minuciosamente, os fatores biológicos dizem respeito a como o processo de decisões acontece dentro do cérebro do indivíduo, verifica-se assim se a decisão foi tomada por um fator racional ou irracional. Quanto ao fator social pode-se exemplificar quanto a “moda” do momento, quais produtos são a tendência daquele momento? Considerando esse fator é possível analisar se o consumidor deliberou de acordo com suas preferências ou de acordo com que o “momento do mercado” diz que é apropriado para ele, o que a sociedade que este indivíduo vive aceita como bom, o que ele é padronizou como apropriado para a faixa etária, camada social, sexo daquele consumidor. O fator econômico está relacionado à renda, podendo afirmar que esta, por sua vez, seria o fator limitante da compra, naturalmente o consumidor não irá escolher o produto cujo preço ultrapasse o poder de compra de sua renda, porém considera-se que, nos dias de hoje, com as facilidades do cartão de crédito, do crediário, entre outros, há a possibilidade de o consumidor adquirir aquilo que vai além de sua renda.
Dirigindo-se aos fatores internos podemos delimitá-los ao espaço físico o qual os clientes consumidores vão estar para determinarem sua compra, e estes fatores dependem dos fatores externos, precisa-se considerar as externalidades para que se forme o fator interno (o espaço físico) que atraia o público alvo consumidor daqueles produtos que determinada loja vende, por exemplo. Os clientes consumidores desse produto têm propensão a deliberar suas compras irracionalmente ou racionalmente? A maioria dos indivíduos que consomem esses produtos são homens ou mulheres? Qual tipo de ambiente que agrada os homens? E as mulheres? O público alvo é adolescente ou adulto? Questionando-se dessa forma possibilita que os fatores internos se dêem de modo que atinjam diretamente o perfil de consumidor que aquela empresa deseja.
Vale ressaltar que fatores externos e internos podem ser interpretados de diversas maneiras, depende do ponto de vista da análise da influência desses fatores. No caso descrito parte-se de uma ótica analisando o demandante e o ofertante ao mesmo tempo, ambos interagindo no mesmo espaço.
Quem influencia no comportamento de compra dos indivíduos? Será que somos tão auto suficientes e independentes para tomarmos nossas decisões de compra? Um fator identificado que influencia expressivamente a tomada de decisão de compra das pessoas é a família.
As famílias influenciam no comportamento de compra organizando-se numa espécie de hierarquia neste processo. Dentro da família identifica-se o iniciador, o influenciador, o decisor e o comprador. Respectivamente sendo: o que tem a idéia da compra; o que influencia a idéia de compra do iniciador; o que disponibiliza a renda para efetuar a compra e por esse motivo decide o que vai ser comprado; o que se desloca até o estabelecimento para efetivar a compra, podendo ou não ser quem disponibilizou a renda.
Os adolescentes são a ponte entre a mídia do produto e a família, os adolescentes, na atualidade, são o grupo que mais está ligado aos diversos meios de informação: televisivo, virtual, entre outros. Caracterizando-o na “hierarquia” mencionada, o adolescente seria o iniciador.
"O público da terceira idade é cada vez mais independente, possui mais qualidade de vida e, consequentemente, consome mais", afirma o mestre em marketing Luiz Eduardo Amaro. Segundo o consultor, hoje em dia os idosos contam com uma renda melhor que as gerações passadas, muitas vezes não dependendo exclusivamente de aposentadorias do governo. "Muitos deles ainda pertencem ao mercado de trabalho".
Amaro diz que o idoso é mais confiável no pagamento de suas contas. "Pessoas maduras são naturalmente mais responsáveis e mais atentas quanto à importância de manter seus pagamentos em dia e seu nome limpo no mercado". Portanto entende-se que o papel do idoso na tomada de decisões de compra insere-se na camada racional da hierarquia da compra na família, ele pode ser tanto o influenciador, quanto o decisor quanto o comprador.
Sendo influenciado pela família, por amigos, pela cultura local ou por deliberações independentes, esse processo de compra só a acontece porque há uma interação entre os indivíduos demandantes e os ofertantes.
O processo de decisão de compra entre uma empresa e um consumidor acontece de acordo com o que o desejo do consumidor demanda, uma empresa não vai vender um produto o qual não possui compradores, considera-se então que o poder de barganha está com o consumidor.
O grupo dos consumidores quem vai ditar o perfil da empresa, a empresa há de se adequar ao perfil do seu público alvo de consumo. Portanto desde a disposição dos produtos, decoração da loja, fachada da empresa , propaganda ao preço dos produtos hão de estar de acordo com as preferências do consumidor, não que todas as empresas ajam dessa forma, porém seria essa uma “regra” para a maximização dos lucros.
O ato da compra acontece em sua essência com a empresa querendo maximizar seus lucros e o consumidor maximizar seus ganhos (baixo preço, alta qualidade), aparentemente são esses fatores antagônicos, mas apontando os desejos de ambos encontra-se um equilíbrio para que tanto a empresa quanto o consumidor se satisfaça na venda e aquisição do produto.