sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Logomarcas estão com tudo?

Por Janaina Marques

Você já percebeu com quantas propagandas televisivas, outdoors se depara todos os dias? Andamos pelas ruas e vemos várias fachadas, umas querendo chamar mais a nossa atenção que as outras.
Será que essas propagandas, esses outdoors, essas fachadas com suas logomarcas realmente funcionam? Você lembra de se deparar com várias delas todos os dias, mas você consegue se lembrar de alguma especificamente? Quanto a mim, não.
É muito difícil para quem cria a propaganda, os outdoors, as logomarcas, prever o comportamento de quem consome, às vezes cria-se uma expectativa de reação a determinado “apelo” e vai tudo por água a baixo.
Afirma Martin Lindstrom em sua obra “A Lógica do Consumo”, que a ideia que as empresas sempre tiveram que a logomarca é tudo, na verdade, ela é quase nada. Martin Lindstrom fez “enes” experimentos quanto a reação das pessoas a propagandas, ele percebeu que na verdade o que faz com que as pessoas realmente se lembrem dos produtos não são suas logomarcas e sim à imagem, situação, ritual, superstição aos quais a marca do produto está relacionada. Martin Lindstrom exemplifica com as marcas Marlboro, Corona, Oreo, Kit Kat.
A marca de cigarros Marlboro, desde o principio, atrelou sua marca à imagens de cowboys, de faroeste, de poder e também à cor vermelha, hoje com a proibição da propaganda nos lembramos facilmente do Marlboro quando temos essas três imagens reunidas.
Quanto à cerveja Corona criou-se um ritual ao seu consumo. Algum barman em alguma noite resolveu colocar uma fatia de limão no gargalo da cerveja Corona, as pessoas experimentaram e gostaram e isso tornou-se viral, o ritual se enraigou tanto à marca que fez com que o consumo dessa cerveja crescesse muito ao ponto de superar o consumo de Heineken nos Estados Unidos.
Os biscoitos Oreo também têm um ritual atrelado a sua marca, nos Estados Unidos é quase impossível ver alguém comendo Oreo sem afogá-la em um copo de leite frio. Isso faz com que as pessoas criem relação da marca a um ritual, os consumidores quando veem uma bolacha sendo afundada em um copo de leite com certeza lembram da Oreo.
A história do chocolate Kit Kat da Nestlé é mais interessante ainda, fez um grande sucesso no Oriente, o nome é parecido com “Kitto-Katsu” que significa “ganhar na certa”, assim relata no livro de Martin Lindstrom que antes das provas os alunos comiam um Kit Kat para dar sorte e tirar uma boa nota. Essa superstição fez com que o sucesso de Kit Kat no extremo oriente fosse certeiro.
Com todos esses relatos no livro de Lindstrom mostra-nos que está passando da hora das marcas inovarem a sua publicidade, com certeza rituais e superstições são muito mais presentes em nossas vidas do que meras imagens de logomarcas modernas e chamativas.

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