terça-feira, 22 de novembro de 2011

Graduação Sanduíche. Qual a intenção do governo?

Ultimamente temos visto o governo conceder muitas bolsas para a formação acadêmica no exterior. Com certeza muitos se perguntam: mas por que o governo está fazendo isso? 
Pode perceber que as áreas às quais o governo está concedendo as bolsas para a formação no exterior estão diretamente relacionadas com tecnologia: biotecnologia, nanotecnologia, indústria criativa...mas por que isso? É algum tipo de conspiração contra os alunos das outras áreas privilegiando os alunos das Ciências Exatas e Sociais Aplicadas? 
Para quem frequentou as aulas de Macroeconomia de cabo a rabo e fez o mesmo com a leitura dos livros de Macroeconomia de Blanchard e Jones sabe muito bem o porquê de as bolsas estarem sendo direcionadas para essas áreas: a tecnologia é a chave do crescimento sustentado, ou seja, a intenção é fazer com que os alunos da graduação tragam consigo os conhecimentos tecnológicos dos outros países que estão a frente do Brasil quanto a isso, é apostar na formação de profissionais que sejam capazes de promover inovações tecnológicas e tragam as melhores técnicas das universidades mais conceituadas do mundo para o Brasil. 
Depois de formados, esses profissionais cheio de ideias vindas do exterior vão se inserir no mercado de trabalho e de maneira individual contribuirão para que a economia comece a dar seus primeiros passos em função do progresso tecnológico. 
Certamente não são 15 mil bolsas concedidas uma vez que vão fazer a mudança, mas sim se esta prática permanecer por parte do governo iniciará uma mudança de cultura acadêmica e do tipo de formação dos nossos profissionais, deixando de ser tão teórica apostando nas contribuições empíricas que ela pode trazer para o país como um todo. 

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Furdunço na USP: uma análise comportamental.


Entre protesto, estudante exibe cartaz
que crítica a ocupação da reitoria da USP (Folha.com)
Já vou começar traçando um paralelo: na escola ou na faculdade, quando o professor deixa um erro passar por mera desatenção na correção da sua prova te favorecendo, o que você faz? Dá um de bom samaritano e fala: “querido professor, o senhor errou, por favor baixe minha nota”, ou fica quietinho na sua?
Ok, os professores são os policiais e os alunos, ah! Os alunos são os alunos! Enquanto queimar o matinho estava passando despercebido pelos policiais, ok! 
Estamos adorando a polícia por aqui, mas quando o professor percebeu o erro que passou e corrigiu,  o que aconteceu? Indignação.
Para quem já leu o “Auto-engano” de Eduardo Gianetti sabe do que estou falando, mesmo sabendo que errou a pessoa se sente totalmente correta por ninguém ter percebido seu erro além de si mesmo, isso faz com que ela acredite tanto que realmente está acertando que  passa a negar pro seu próprio humilde cérebro que aquilo foi um erro, capisci?
Pode-se dizer que isso é uma defesa natural do cérebro expressa em violentas emoções, acreditem, às vezes o Zé Ruela tem total certeza de o que está fazendo é certo. A “desgraceira” não para por aí, agora é a vez da irracionalidade (pra não chamar de burrice): depredação da Universidade que é paga pelo próprio mané;  queimação de maconha dentro de uma sala fechada com vários galões de gasolina para a confecção de coquetel molotov (imagina se uma brasinha cai ali? Fu...)
E tem mais: efeito manada. Quem deveria se doer eram os pegos em flagrante, certo? Só que o negócio funciona que nem micareta: quando o trio elétrico começa a andar todo mundo corre atrás, mesmo sem saber a letra da música ou até mesmo o nome da banda. Acredito que essa análise é bem mais simples do que os devaneios nas discussões “sociais” sobre essa presepada!

sábado, 5 de novembro de 2011

Divisão é a moda: seja de dupla sertaneja, seja do Pará.

O que mais temos visto ultimamente nos noticiários (depois da suposta divisão da dupla sertaneja Zezé di Camargo & Luciano) é a divisão do estado do Pará. Cheia de prós, contras e indiferentes, porém acredito que a análise desse grande evento nacional é simples.
Vamos ver agora se vocês fizeram a lição de casa: o que acontecem com os recursos financeiros do nosso país em expressiva parte dos casos?
a) São aplicados devidamente promovendo não só crescimento como desenvolvimento econômico;
b) São utilizados como forro de bolso dos deputados, senadores, vereadores, prefeitos, governadores e afins;
Ao meu ver a divisão de qualquer estado aqui no Brasil seria uma mera linha imaginária representada concretamente em um mapa. Será que realmente os recursos serão aplicados para desenvolver as áreas divididas? Será que há necessidade de divisão para que se aumente a atenção para as regiões paraenses abandonadas? 
Concordo que a divisão de um grande território seria promotora de desenvolvimento se realmente isso fizesse com que houvesse melhorias na saúde, educação, moradia...locais. Se houvesse a criação de pólos de saúde para atender a população da região, desafogando os pólos de saúde de Belém ou até mesmo de Sinop e Cuiabá, que recebem os esquecidos do sul do Pará, se realmente houvesse incentivo para a geração de emprego e investimento na educação dessas regiões que são esquecidas com a desculpa de que estão muito longe da capital Belém. 
Acredito que o que apenas irá crescer nessa divisão são os cargos públicos, são os cabides de emprego, uma massa inerte de vereadores e deputados com raríssimas exceções de "caso contrário".  Não acredito que essa divisão geopolítica irá trazer algum benefício para essas regiões, pois se realmente fosse esse o objetivo já teriam feito isso sem precisar dividir o estado, mas sim utilizando os recursos da forma como deveriam ser usados desenvolvendo essas regiões.
Por fim, não são regiões que não têm ninguém que olhe por elas, acredito que todos os municípios têm prefeitos que recebem recursos para fazer o que deve ser feito, se assim não é feito, não é com uma linha imaginária e a criação de um depósito de roedores do dinheiro público que irá mudar.