quarta-feira, 18 de julho de 2012

Perdi meu amor na balada e o bom senso.

Comoção social! A comunidade facebookiana toda se comoveu com a angustiante história do moço que perdeu seu amor na balada. As únicas coisas que ele tinha na memória eram o rosto da dita cuja e seu nome: Fernanda. 
Com certeza deve ter gente que chorou, que se emocionou, que saiu pelas ruas de São Paulo para procurar a Fernanda. Que gastou o bônus do celular, fez corrente no hotmail, ligou para a Polícia, anunciou no carro da pamonha. Pelos comentários na página do moço, tinha muita gente envolvida sentimentalmente com a situação e disposta a ajudar. Não é todo dia que se encontra o amor da sua vida na balada, não é?!
Todavia o desfecho foi trágico: um prato cheio de frustração, decepção, indignação e outros tantos sentimentos ruins. A revolta do público ao saber que aquilo tudo foi uma jogada de marketing foi praticamente unânime. A Nokia quis apostar no tópico "ritual-viral" para realizar uma publicidade muito bem sucedida, porém esqueceu-se do tópico "frustração". A pior coisa que se pode ter é um cliente (ou futuro cliente) frustrado. O constrangimento, a frustração e decepção levam a tudo, menos ao ânimo para consumir. 
Não foi dessa vez, Nokia! 


sábado, 21 de abril de 2012

O intestino e o comportamento do consumidor.

Para não chamar de surpreendente, eu chamaria o título dessa postagem de esquisito. Tenho absoluta certeza que você, leitor, está se perguntando: o que tem a ver o c* com as calças? É isso mesmo, hoje falarei de c...quer dizer, de intestino!
Obtive conhecimento dessa relação bizarra no livro "Comportamento do Consumidor - a biologia, anatomia e fisiologia do consumo" do autor Pedro Camargo. Segundo Camargo, o intestino é responsável pelo nosso bem estar. Nós temos um neurotransmissor no nosso corpo chamado serotonina, e não sei se esse pensamento é comum a todos vocês, mas como leiga sempre pensei que neurotransmissores eram produzidos, se não exclusivamente, a sua maioria no cérebro.
A serotonina é responsável pelo nosso bem estar, sendo por volta de 90% da sua quantidade produzida no intestino. É também culpa desse hormônio que nós mulheres temos a abençoada TPM: quando estamos no ciclo o nível de serotonina diminui e com ele o nosso bem-estar, por isso que temos a impressão que passamos por todos os piores sentimentos que um ser humano pode ter: raiva, aflição, depressão, ansiedade!
Segundo Camargo "(...) a felicidade depende do que se passa no sistema gastrointestinal, e a felicidade, ou a falta dela, nos faz consumir mais produtos e serviços, ficar autoconfiantes, comprar mais, ficar menos felizes com pouca confiança em nós mesmos". As funções da serotonina, segundo Povoa são maiores do que possamos imaginar: enxergar a vida pelo "lado bonito", resolver problemas, selecionar amizades...sendo assim, o cérebro e o intestino são os órgãos responsáveis pelos comportamentos expressos.
Mas o que isso tem a acrescentar para o conhecimento econômico, para  o marketing? Talvez aquele questionário que você aprendeu a aplicar nas aulas de marketing (do mais ortodoxo) não colha todas as informações necessárias para que você compreenda o perfil comportamental do consumidor. Talvez a resposta seja muito mais profunda e objetiva, talvez esteja residindo na biologia, na fisiologia e na anatomia.
As respostas que queremos para conhecer nossos consumidores nem sempre estão na ponta da língua dos mesmos ao fazer um "x" nos questionários de múltipla escolha. É necessária a experimentação, a pesquisa, a amostragem, a submersão no mundo "invisível" do organismo humano. 


domingo, 11 de março de 2012

Eike defasagem!

Tendo uma conversa produtiva com meu amigo e lâmpada mágica Tite Simões tive a surpreendente notícia que a cota de compras de estrangeiros nos Estados Unidos é a mesma desde a década de 70. É isso mesmo, 500 dólares de cota desde 1970. 
Vou deixar para vocês fazerem as contas e chegarem no valor que seria isso hoje, pois afinal nem é esse o foco da minha explanação. O que me fez refletir foi sobre quais os motivos que levariam essa cota ter se mantido constante durante tantos anos. De antemão, obviamente, já me vem na cabeça os pensamentos relacionados com a Economia. Inflacionar esse valor para os dias de hoje seria uma medida muito superficial, afinal não é somente a inflação ao decorrer desses anos que deve ser levada em conta, até mesmo porque tomando uma medida excludente dessa poderia acarretar em uma superação absurda da demanda em relação a oferta, havendo pressão nos preços e inflacionando-os, o que não seria muito interessante para os EUA, especialmente na atual conjuntura.
A segunda questão que me veio à cabeça foi sobre um modelo econométrico (se é que ele existe) através do qual chegaram a esse valor, se realmente foi utilizado um seria apenas adaptá-lo para os dias de hoje, considerar as variáveis vigentes, analisar a conjuntura e chegar a um novo valor desta cota, porém acredito que ele simplesmente não deve existir ou deve ter sido cruelmente abandonado. 
Será que os Estados Unidos está perdendo de ganhar uma bolada por mera distração? Será que estou sendo ingênua demais em pensar que isso é apenas um esquecimento? Será que uma cota relativamente baixa como esta não estimula os "desvios"? 
Até então só divaguei sobre os motivos e consequências econômicas, porém isso me cheira política. Qual seria a outra razão pela qual o valor da cota se manteria o mesmo por mais de 30 anos? Mesmo que a cota que deveria ser hoje através de alguns cálculos fosse apenas um pouco maior que essa, não podemos deixar de considerar que a vigente está mais que defasada. Como sempre, vou deixar a questão no ar e quem realmente souber o que passa por essa assustadora estabilidade, contribua. 

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Mais que um problema de carona.

A cachaça é uma bebida tipicamente brasileira, sendo que a produção da cachaça artesanal ou de alambique está concentrada principalmente em Minas Gerais. No município mineiro de Presidente Bernardes é produzida desde 2008 uma cachaça que tem dado o que falar, a João Andante. Acontece que a holding Diageo, que detêm os direitos da marca do uísque Johnnie Walker, não gostou nada do andarilho mineiro. Os ingleses acusam o João Andante de pegar carona na marca Johnnie Walker.
Em economia, o carona (ou free rider) é um agente que usufrui de determinado benefício proveniente de um bem, sem que necessariamente tenha arcado com os custos de obtenção de determinado bem. No caso, a Diageo argumenta que foram necessários muitos anos e muitos dólares em investimentos para que a marca Johnnie Walker conquistasse credibilidade e fama.
Não quero entrar em questões judiciais aqui, mas as semelhanças entre as duas bebidas se restringem ao nome (João Andante é a tradução literal de Johnnie Walker) e ao desenho de uma pessoa caminhando. No mais, as bebidas são diferentes (o João é cachaça e o Johnnie é uísque). Além disso, a figura que caminha também é diferente (o João é mais simples, e o Johnnie é um Lord inglês).
Até que ponto a João Andante pode ser considerada uma “imitação” da Johnnie Walker? A resposta fica a cargo do Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), que julgará o caso. O resultado disso tudo, até agora, foi um grande aumento das vendas do João Andante. O processo tornou a marca mais conhecida. Além disso, o João Andante se defende das acusações. Afinal, quem pegaria carona com uma pessoa a pé?

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

...,99 ou ...,90?

Quebrando o protocolo das minhas férias, tenho que compartilhar essa divagação. A dúvida entre os preços ...,99 e ...,90 surgiu de uma discussão com meu amigo e publicitário Diogo Travagin. O que dá a falsa impressão do produto ser barato: o final ...,99 ou o final ...,90?
De fato tudo começou com o ...,99, as famosas lojas de 1,99 que foram sucesso absoluto na década de 90 com produtos importados a um preço baixo, que sempre fez com que atraísse as pessoas pela impressão de preço baixo que o 99 no final provoca. Todavia estive observando a quantidade de preços com final 90 nos últimos tempos, em destaque no ramo das confecções e gourmet. Eu como consumidora tenho a impressão de estar pagando barato e por uma coisa de qualidade quando o final é 90, agora quando é 99 eu tenho a impressão de estar pagando barato também, mas sempre me remete as lojinhas 1,99 que sempre ofereceram produtos de uma qualidade um tanto inferior.
Procurei superficialmente pela internet sobre isso, mas não encontrei. Mas e aí analistas experimentais comportamentais? Qual é o mais eficiente: o 99 ou o 90? E se os dois forem eficientes? Em quais ramos pode-se aplicar cada um com efetividade? Também fico com um ponto de interrogação na cabeça...

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Graduação Sanduíche. Qual a intenção do governo?

Ultimamente temos visto o governo conceder muitas bolsas para a formação acadêmica no exterior. Com certeza muitos se perguntam: mas por que o governo está fazendo isso? 
Pode perceber que as áreas às quais o governo está concedendo as bolsas para a formação no exterior estão diretamente relacionadas com tecnologia: biotecnologia, nanotecnologia, indústria criativa...mas por que isso? É algum tipo de conspiração contra os alunos das outras áreas privilegiando os alunos das Ciências Exatas e Sociais Aplicadas? 
Para quem frequentou as aulas de Macroeconomia de cabo a rabo e fez o mesmo com a leitura dos livros de Macroeconomia de Blanchard e Jones sabe muito bem o porquê de as bolsas estarem sendo direcionadas para essas áreas: a tecnologia é a chave do crescimento sustentado, ou seja, a intenção é fazer com que os alunos da graduação tragam consigo os conhecimentos tecnológicos dos outros países que estão a frente do Brasil quanto a isso, é apostar na formação de profissionais que sejam capazes de promover inovações tecnológicas e tragam as melhores técnicas das universidades mais conceituadas do mundo para o Brasil. 
Depois de formados, esses profissionais cheio de ideias vindas do exterior vão se inserir no mercado de trabalho e de maneira individual contribuirão para que a economia comece a dar seus primeiros passos em função do progresso tecnológico. 
Certamente não são 15 mil bolsas concedidas uma vez que vão fazer a mudança, mas sim se esta prática permanecer por parte do governo iniciará uma mudança de cultura acadêmica e do tipo de formação dos nossos profissionais, deixando de ser tão teórica apostando nas contribuições empíricas que ela pode trazer para o país como um todo. 

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Furdunço na USP: uma análise comportamental.


Entre protesto, estudante exibe cartaz
que crítica a ocupação da reitoria da USP (Folha.com)
Já vou começar traçando um paralelo: na escola ou na faculdade, quando o professor deixa um erro passar por mera desatenção na correção da sua prova te favorecendo, o que você faz? Dá um de bom samaritano e fala: “querido professor, o senhor errou, por favor baixe minha nota”, ou fica quietinho na sua?
Ok, os professores são os policiais e os alunos, ah! Os alunos são os alunos! Enquanto queimar o matinho estava passando despercebido pelos policiais, ok! 
Estamos adorando a polícia por aqui, mas quando o professor percebeu o erro que passou e corrigiu,  o que aconteceu? Indignação.
Para quem já leu o “Auto-engano” de Eduardo Gianetti sabe do que estou falando, mesmo sabendo que errou a pessoa se sente totalmente correta por ninguém ter percebido seu erro além de si mesmo, isso faz com que ela acredite tanto que realmente está acertando que  passa a negar pro seu próprio humilde cérebro que aquilo foi um erro, capisci?
Pode-se dizer que isso é uma defesa natural do cérebro expressa em violentas emoções, acreditem, às vezes o Zé Ruela tem total certeza de o que está fazendo é certo. A “desgraceira” não para por aí, agora é a vez da irracionalidade (pra não chamar de burrice): depredação da Universidade que é paga pelo próprio mané;  queimação de maconha dentro de uma sala fechada com vários galões de gasolina para a confecção de coquetel molotov (imagina se uma brasinha cai ali? Fu...)
E tem mais: efeito manada. Quem deveria se doer eram os pegos em flagrante, certo? Só que o negócio funciona que nem micareta: quando o trio elétrico começa a andar todo mundo corre atrás, mesmo sem saber a letra da música ou até mesmo o nome da banda. Acredito que essa análise é bem mais simples do que os devaneios nas discussões “sociais” sobre essa presepada!

sábado, 5 de novembro de 2011

Divisão é a moda: seja de dupla sertaneja, seja do Pará.

O que mais temos visto ultimamente nos noticiários (depois da suposta divisão da dupla sertaneja Zezé di Camargo & Luciano) é a divisão do estado do Pará. Cheia de prós, contras e indiferentes, porém acredito que a análise desse grande evento nacional é simples.
Vamos ver agora se vocês fizeram a lição de casa: o que acontecem com os recursos financeiros do nosso país em expressiva parte dos casos?
a) São aplicados devidamente promovendo não só crescimento como desenvolvimento econômico;
b) São utilizados como forro de bolso dos deputados, senadores, vereadores, prefeitos, governadores e afins;
Ao meu ver a divisão de qualquer estado aqui no Brasil seria uma mera linha imaginária representada concretamente em um mapa. Será que realmente os recursos serão aplicados para desenvolver as áreas divididas? Será que há necessidade de divisão para que se aumente a atenção para as regiões paraenses abandonadas? 
Concordo que a divisão de um grande território seria promotora de desenvolvimento se realmente isso fizesse com que houvesse melhorias na saúde, educação, moradia...locais. Se houvesse a criação de pólos de saúde para atender a população da região, desafogando os pólos de saúde de Belém ou até mesmo de Sinop e Cuiabá, que recebem os esquecidos do sul do Pará, se realmente houvesse incentivo para a geração de emprego e investimento na educação dessas regiões que são esquecidas com a desculpa de que estão muito longe da capital Belém. 
Acredito que o que apenas irá crescer nessa divisão são os cargos públicos, são os cabides de emprego, uma massa inerte de vereadores e deputados com raríssimas exceções de "caso contrário".  Não acredito que essa divisão geopolítica irá trazer algum benefício para essas regiões, pois se realmente fosse esse o objetivo já teriam feito isso sem precisar dividir o estado, mas sim utilizando os recursos da forma como deveriam ser usados desenvolvendo essas regiões.
Por fim, não são regiões que não têm ninguém que olhe por elas, acredito que todos os municípios têm prefeitos que recebem recursos para fazer o que deve ser feito, se assim não é feito, não é com uma linha imaginária e a criação de um depósito de roedores do dinheiro público que irá mudar.  



quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Endocrinologia Financeira.

O grande impasse da humanidade sempre foi e sempre será a luta pelo encontro do ponto de equilíbrio entre homens e mulheres. As aflições, discussões, dúvidas são das mais variadas: de mecânica a cozinha, de sexo a amor, de relacionamento a independência profissional e financeira. Ao se deparar com qualquer um desses assuntos citados com certeza você diz: “Opaaaa! Olha o clichê, mais um conto da carochinha tentando explicar a diferença entre os gêneros”. Porém, eu tenho um mais um conto sobre isso, só que é novidade (talvez), e o melhor: não é da carochinha.
A Economia vem mais uma vez surpreender com um assunto pertinente que foi denominado “Endocrinologia Financeira”. Para quem não sabe a endocrinologia é um ramo da medicina que estuda as glândulas endócrinas, ou seja, as glândulas produtoras de hormônio, portanto nosso assunto é esse: Hormônios e Finanças, Hormônios e Comportamento Econômico. Por que será que não há muitas mulheres na bolsa de valores?  Por que as mulheres preferem a poupança e os homens investir na bolsa?
Segundo Eliana Bussinger, autora do livro "As leis do dinheiro para Mulheres", afirma que pelo fato de os homens produzirem mais testosterona que as mulheres são mais impulsivos, ou seja, estão mais aptos a investir na bolsa de valores, o que requer extrema impulsividade e altíssima disposição a se submeter a riscos, e diz “A testosterona é um hormônio associado a agressividade e ao poder”.
Uma aplicação dessa teoria que podemos citar é a pesquisa feita em Cambridge por John Coates, o qual analisou a saliva de alguns homens (operadores de corretoras e bancos de Londres) para análise do impacto da testosterona na tomada de decisão. Coates concluiu que os operadores que tinham maior nível de testosterona pela manhã eram justamente os que estavam mais dispostos a se submeter a riscos no mercado financeiro, e sabemos que quanto maior o risco ao qual nos expomos maior as chances de ganharmos mais dinheiro.
Coates ainda afirma que é possível, a partir dessa pesquisa feita com os homens, fazer uma relação com o comportamento feminino na tomada de decisão. “Sabemos que as mulheres produzem apenas 10% da testosterona que os homens produzem", diz. Ou seja, estão menos dispostas a se expor a riscos.
Portanto, esse estudo direcionado para as Finanças e Economia pode nos dar respostas para qualquer situação que envolve o comportamento humano na tentativa de entender a divergência entre homens e mulheres: eles são mais impulsivos, em tudo, com raras exceções.


  

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O tamanho do documento e a Economia.

Quem diria? A Economia vem se superando mesmo e tem até estudo sobre a relação do tamanho médio do pênis de uma nação com a sua renda. É isso mesmo: tamanho é documento.
O curioso quem estudou essa relação chama-se Tatu Westling de Helsinque (Finlândia). Segundo a pesquisa de Westling, quanto maior o pênis de uma população menor é o seu crescimento econômico. Mas, como assim?
Dentre os dados que Westling levantou, ele encontrou algumas evidências: analisando um mesmo período ele percebeu que o país que tinha a média peniana menor teve crescimento maior do que o país que era mais bem dotado. Além do mais identificou se a média peniana de um país cresce 1 cm o crescimento econômico baixa por volta de 5%.
Na construção de um gráfico para representar essa relação crescimento econômico x tamanho do documento, mostra que o tamanho “ideal” seria por volta de 14 cm, mensuração a qual fica no topo da curva nessa relação. (Essa curva é similar a relação poupança e consumo de Solow – U-shaped invertida).





Westling acredita que tal relação pode ser explicada em uma palavra: confiança. Para ele quem tem o “instrumento” menor tem a auto-estima menor e por tal motivo precisa compensar essa “deprê” em outra coisa, no caso analisado crescendo economicamente.
Pessoalmente eu tenho uma observação a fazer e acredito que você que está lendo está pensando sobre: será por isso que a África de modo geral é menos desenvolvida que outros continentes? Vamos refletir...