quarta-feira, 23 de junho de 2010

O custo do lazer

Por Feliciano Lhanos Azuaga.


Trabalhar mais ou ter mais tempo livre para o lazer? Esse é um dos tradeoffs que com maior freqüência nos deparamos no nosso dia a dia.  A primeira opção disponibiliza meios de conseguir satisfazer as mais variadas necessidades, mas sempre em um período posterior. Quando optamos pelo trabalho escolhemos pagar o custo primeiro e aguardar o beneficio em um período futuro. Quando optamos pelo lazer o processo se inverte escolhemos desfrutar  o beneficio antes e pagar a conta depois. 
Entretanto entender o processo de escolha nessa situação não é tão simples quanto parece. Uma simples analise de custo-beneficio pode parecer a ferramenta mais adequada para compreender como a opção entre lazer e trabalho ocorre. Entretanto o valor que atribuímos ao lazer se modifica ao longo das etapas da vida.
Para tornar a explicação mais didática imagine um recém formado que nos primeiros anos de carreira profissional recebe constantes aumentos no valor da sua hora de trabalho. O efeito inicial do aumento de renda é que o jovem oferecera  uma maior parte do seu tempo ao trabalho. Ocorre o que os economistas chamam de efeito substituição.
Quando esse  jovem fica mais experiente possíveis aumentos de salário não vão incentivar esse jovem a trabalhar mais. Ele vai reorganizar a sua distribuição do seu tempo disponível em direção ao lazer. Novo aumento de renda proporciona menor oferta de horas de trabalho. Os economistas denominam esse fenômeno, com efeito renda.  Outro aspecto pode ser evidenciado: o lazer do ser humano fica com o passar dos anos mais escasso e conseqüentemente mais caro.  O tempo valoriza o valor do nosso lazer.
Isso reorganiza a distribuição do nosso tempo. Isso nos ajuda entender por que atletas de elite com altos salários se aposentam no auge da carreira. Basta lembrar o caso do piloto Michael Schumacher e do jogador Zidane.

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