sexta-feira, 4 de junho de 2010

Crenças e Armadilhas Mentais

Ainda falando sobre escolhas e processos decisórios, hoje vou comentar sobre algumas crenças e pressupostos que assumimos e que nos levam a pensar e a decidir de modo equivocado. Dentre estes modelos arraigados em nossa mente, podemos citar:
•Preferimos histórias a estatísticas: De um modo geral, o homem sempre se baseou em histórias e relatos pessoais de conhecidos para moldarmos nosso conhecimento sobre o ambiente que nos cerca. Por outro lado, geralmente não utilizamos a estruturada confiabilidade da estatística para confirmar ou refutar nossa visão de mundo. Por exemplo, no processo de compra de um novo notebook, tendemos muito mais a confiar na opinião de um conhecido sobre a qualidade da máquina, do que consultar uma pesquisa de uma publicação especializada. Muitas vezes a opinião pessoal de um usuário pode estar enviesada por uma boa/má experiência pontual.
•Buscamos confirmar nossas idéias ao invés de questioná-las:  De um modo geral, temos a tendência natural de usar estratégias de decisão de “confirmação”, dando maior importância às informações que sustentam nossas crenças e expectativas existentes. Avaliamos as evidências de forma tendenciosa, prestando especial atenção aos fatos que amparam o nosso ponto de vista e ignoramos ou minimizamos a importância de qualquer evidência que contraponha nossas crenças. Por exemplo, um torcedor de um time A exaltará mais as glórias da equipe e ocultará os seus insucessos.
•Poucas vezes valorizamos o acaso e as coincidências: Geralmente temos o desejo de encontrar padrões em nosso mundo e procuramos identificar as causas para qualquer acontecimento que nos cerca. Ou seja, sempre procuramos as razões do porquê de as coisas acontecerem de tal modo, com o intuito de controlar o evento de alguma maneira. No entanto, muitos fatos do nosso dia-a-dia são acontecimentos casuais ou o resultado de ocorrências regidas pela probabilidade. Jogos de azar, como loteria ou roleta são regidos pela probabilidade e não cabem a busca de causas nestes casos.Em relação às coincidências, muitas pessoas atribuem causas divinas ou místicas para tais fatos. Na verdade, tais coincidências também são resultados de fenômenos da probabilidade.
•Ás vezes nossa visão de mundo nos engana:No nosso cotidiano muitas vezes percebemos o mundo de forma distorcida, ou em outras ocasiões, podemos enxergar fatos que inexistem. Isto ocorre porque nossa percepção não consiste apenas na duplicação de uma imagem em nosso cérebro; ela exige que nosso cérebro execute um ato de avaliação. Geralmente nossas percepções são muito influenciadas por aquilo que esperamos ver e aquilo que queremos enxergar. Nossa educação, cultura, crenças, companhias, todos estes fatores permeiam nosso modo de ver o mundo. Além disso, quanto mais percebemos o mundo sustentado por nossas crenças, mais consideramos tais crenças verdadeiras.

•Tendemos a simplificar nosso raciocínio: No nosso dia-a-dia, ao tomarmos uma decisão, tendemos a filtrar a enorme quantidade de informações disponíveis. Deste modo, utilizamos apenas uma parte deste conteúdo para subsidiar nossas decisões. As estratégias simplificadoras são benéficas para nós. Poupam-nos tempo e permitem-nos tomar uma decisão rapidamente. Por outro lado, deixamos de usar todas as informações disponíveis.  Uma das estratégias simplificadoras que utilizamos é o estereótipo.Nesta abordagem, classificamos uma pessoa como pertencente a uma categoria e, imediatamente, atribuímos características a ela. Estereótipos, no entanto, podem nos conduzir a erros, pois freqüentemente haverá uma diferença acentuada nas características de dois indivíduos dentro de um grupo do que entre dois grupos.
Por fim, pensem nestes tópicos quando forem analisar uma situação ou tomar uma decisão!!!


 Fonte: Não acredite em tudo o que você pensa – Thomas Kida

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