quinta-feira, 22 de julho de 2010

Casamento ainda é o melhor negócio

Pesquisa revela que a vida a dois enriquece e o divórcio é péssimo para as finanças pessoais

Por Fernanda Galvão


         O Ministério da Fazenda adverte: casar faz bem à saúde financeira. O matrimônio enriquece, ao passo que o divórcio devasta o patrimônio dos cônjuges. Um estudo do professor americano Jay Zagorsky, da Universidade do Estado de Ohio, apresenta um quadro completo sobre como o matrimônio pode beneficiar o bolso do casal. Segundo a pesquisa, o patrimônio de uma pessoa casada aumenta 93% depois da união e diminui 77% com o divórcio. O estudo foi feito com 9.055 pessoas, acompanhadas entre 1985 e 2000, com idades entre 41

e 49 anos na época da conclusão do levantamento. Resultado: um solteiro com renda de US$ 2 mil que não
se casou aumentou sua receita para US$ 11 mil nesse período. Os casados atingiram US$ 43 mil depois de 10 anos. A explicação está baseada em conceitos econômicos antigos: divisão de custos e ganhos de escala na hora de investir. “A união de forças é um trunfo do casal”, diz o consultor financeiro Gustavo Cerbasi, autor do livro Casais Inteligentes Enriquecem Juntos (Editora Gente). “O compartilhamento de despesas e a soma das receitas resulta num volume de dinheiro que garante acesso a aplicações com maior rentabilidade”, fala.

         Família Kenji: R$ 1 milhão em 6 anos 
Segundo a pesquisa americana, o casamento impulsiona a prosperidade material. Mesmo quando não há grandes alterações na vida financeira de uma pessoa casada (como aumento da renda ou despesas extras), sua riqueza total cresce, em média, 4% ao ano, resultado direto de seu estado civil. São números de uma realidade mundial, que pode ser verificada também no Brasil. É o caso do consultor de informática Ricardo Kenji, de 34 anos, casado desde os 28 anos com a especialista em armazenamento de dados Morgana Multini, da mesma idade. Desde o início da relação, Kenji e Morgana decidiram investir, todo mês, mais de 50% da renda. Hoje, o patrimônio do casal – que inclui imóveis, carros e fundos de investimento – soma R$ 1 milhão. “Se estivesse solteiro, mesmo com esforço, teria 30% desse valor”, avalia Kenji.

         O planejamento financeiro é o ingrediente que potencializa os benefícios do casamento, mas só funciona quando há perfeitos entendimento e comunicação entre os pares. “O dinheiro é o reflexo das relações de troca feitas pelo casal”, diz a psicóloga Angélica Tavares, especializada em sexualidade. “Se os parceiros têm uma relação afetiva saudável e equilibrada, a relação com o dinheiro será igualmente boa”. De acordo com Angélica, para que o casal prospere é preciso que a vida seja compartilhada em todos os aspectos. “Hoje, muitos casais apenas levam vidas a dois, não são casados emocionalmente e, por isso, não compartilham o dinheiro e não se aproveitam das vantagens que isso traz”, diz a psicóloga. “Não faz sentido, numa relação conjugal, um parceiro rico e outro pobre, deve haver uma união de forças”. Parece óbvio, mas é apenas sensato. Se a união de forças é crucial para o aumento dos ganhos dos cônjuges, o divórcio é um dos caminhos mais rápidos para a destruição da riqueza comum. Dados da pesquisa americana indicam que o patrimônio do casal começa a diminuir nos quatro anos anteriores ao divórcio. Assinados os papéis, a riqueza de cada um tende a se recompor. “O desequilíbrio tanto emocional quanto de orçamento é temporário, em geral, dura um ano”, diz Angélica. Porém, passado o período conturbado, a vida financeira irá se organizar novamente. E uma nova aliança contribuirá para o início de outro ciclo de bonança.
         Estudo americano mostra como ficam os bolsos

depois do altar: 

4% é o crescimento médio anual da riqueza dos casados
93% é o aumento médio do patrimônio após a união conjugal
77% é quanto diminui a soma dos bens com o divórcio

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