Acredito que essa informação não espanta ninguém: o comportamento do consumidor chinês ainda é um mistério. O que está acontecendo na China? O que está mudando lá? Será que sua realidade está tão distante da nossa, dos invejados capitalistas ocidentais?
A China vem crescendo, isso não é novidade para ninguém, e com esse crescimento vem as mudanças comportamentais dos consumidores: agora eles têm tudo ali na mão, todos os artigos de desejo, todos os anéis DeBeers da vida, todos os modelos da Sra. Apple e assim por diante.
O campo de estudo comportamental econômico chinês é interessantíssimo, é uma Amazônia na década de 20 totalmente misteriosa e totalmente de braços abertos para ser explorada. Ainda não consegue-se definir ao certo o que acontece com o comportamento dos nossos amigos chineses, consegue-se identificar expressivas diferenças de acordo com regiões, classes sociais, podemos até arriscar dizer que há uma similaridade com o caso brasileiro: a China é um país de população assustadoramente numerosa, com uma concentração de renda altíssima, portanto existe uma expressiva diferença entre ricos e pobres o que impacta diretamente numa diferença significativa de comportamento.
O que se sabe até agora é que os chineses buscam qualidade, bom funcionamento do produto, mas estão pegando a veia dos veteranos capitalistas (nós): querem marcas que os representem, além de comprarem o produto, querem comprar o sentimento, estão dando extrema importância pro tal do efeito halo sobre o qual eu já dissertei anteriormente.
Para quem gosta e se fascina pelo estudo do comportamento, assim como eu, a China é um tesouro da Economia Comportamental para ser analisado, definido, interpretado, dissertado, há muitas surpresas por vir e vamos assistir o espetáculo do comportamento do consumidor chinês como expectadores e especuladores.
"além de comprarem o produto, querem comprar o sentimento"
ResponderExcluirÓtima definição do pendor à emulação do espírito consumidor ocidental! Casou perfeitamente com a foto do post, aliás.
Então, a China me preocupa e me fascina, ao mesmo tempo. Quer dizer, a gente se acostumou a ter os EUA como maior ídolo e bode expiatório, não vai ser fácil substituir o foco de nosso amor e ódio por um país que funciona, em tese, de modo tão diferente, tão peculiar.
Em tese.
Seu post mostra que, em vez de uma mudança drástica, a China talvez represente, na verdade, a continuação de um império consumista, que impõe produtos e marcas de modo bem menos subliminar que o "beba coca-cola" existente em frames de 1/14 avos de segundo do filme E o vento levou. Daqui a dez anos talvez estejamos falando num Mao Tsé Way of Life, ou o equivalente em mandarim. Vai ser bem irônico, o consumismo desenfreado que eles tanto repudiavam...rsrs Mais ou menos como o comunismo soviético, que, em nome de ideais igualitários, revelou-se um sistema ainda mais opressor.
Enquanto você escrevia este post, Jana, nasceram 70 chineses.
Abraços!
Eu disse 70? Quis dizer 700.
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