sexta-feira, 23 de abril de 2010

Boatos na Economia.

Uma análise do livro "A verdade sobre os boatos" de Cass R. Sunstein.




A todo momento notícias chegam até nós, algumas nos convencem, outras nem tanto, umas nos chocam, outras nos indignam, algumas transmitem o sentimento de felicidade, já outras nos deixam apreensivos. Algo que gostamos mais do que ouvir notícias ou fofocas é transmití-las.
Cass R. Sunstein em seu livro "A verdade sobre os boatos" denomina essas notícias ou fofocas de "boatos". Os boatos são freqüentes nas nossas vidas, sejam de ordem pessoal, profissional, sobre pessoas anônimas e na maioria dos casos sobre pessoas famosas, sem contar nos boatos que palpitam o destino da Economia, da Política e do mundo todo.
Em quase sua totalidade, o boato tem fundamento no senso comum e na tendência de o indivíduo ter a necessidade de certificar suas concepções.
No decorrer de todo o seu texto, Sunstein distingue os tipos de disseminação de boatos, como eles se criam, como são destruídos, de que modo afeta quem está no "olho" deste furacão.
Geralmente os boatos são criados com o intuito de denegrir a imagem de alguém ou de atribuir um caráter pessimista a algum fenômeno ou situação, em vista que quanto mais chocante o boato mais ele é difundido com base no interesse das pessoas em assuntos que possam sofrer algum tipo de sanção social ou até mesmo que afirmem suas aversões a determinadas pessoas públicas, conceitos, modo de vida e etc.
Mas o que os boatos têm a ver com a Economia? Tem a ver que as relações econômicas se dão por base da confiança dos indivíduos. Ninguém vai comprar ação de uma determinada empresa se não confia na sua possível ascensão e para explicar o efeito do boato na Economia podemos seguir nesse exemplo: suponhamos que a empresa A está vendendo suas ações na bolsa de valores assim como a empresa B, porém a empresa A está em crescente desenvolvimento, já a empresa B estagnou-se no seu desenvolvimento. Naturalmente a vontade que a empresa B possui de que a empresa A perca espaço no mercado para poder promover sua ascensão é muito grande, portanto já se esgotaram os mecanismos para que isso aconteça, resta apenas o boato. Agindo de má fé, obviamente, a empresa B pode disseminar um boato em relação a empresa A, onde esse boato não precisa ser falso, ele pode ser uma verdade distorcida onde com a manipulação de fragmentos de falas e dados o boato pode ser difundido com muita facilidade, pois este não tem excelência apenas sendo inventado sem ao menos ter algo que o "prove", sendo este manipulado ou não, desta forma a empresa B pode conseguir o que queria e tomar o espaço da empresa A e mesmo que a empresa A venha a apresentar a verdade efetiva, o boato já se fortificou através daqueles que tinham algo insignificante contra a empresa A e que sendo apresentados a essa verdade distorcida consolidaram sua aversão a mesma.
Essa exemplificação serviu apenas para transmitir uma ideia do que acontece ao longo do livro, Sunstein escreve de maneira clara, objetiva e instigante sobre os boatos não só na Economia, mas na Política e em outros cenários, literatura recomendadíssima.

Por Janaina Marques.


P.s.: Exemplo de combate contra boatos é o site que foi criado para combater difamações em relação ao candidato a presidência dos Estados Unidos em 2008, Barack Obama: http://fightthesmears.com/ e o vídeo falando sobre: http://www.youtube.com/watch?v=LcNqRuyl4k4


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